Chora escondido, sofre calado as dores que lhe assolam o coração.
Um ventre se avoluma.
Dia a dia, ele mais s avoluma.
Pai... Um pedacinho de mim está ali dentro...
Está escuro lá fora... Pai... Anda de um lado para o outro... Olha infinitas vezes para o relógio... Deus acho que o tempo parou... Desce as escadas para fumar... Sobe as escadas... Anda para lá, anda para cá...
Lá... Lá............ No fundo do corredor ouve-se um chorinho doce e forte.
Pai... É o meu pedacinho que chegou ao mundo! Obrigado Deus!
Pai... Ele chora... Não sei o que quer... Então o aconchega no peito e acaricia-lhe a tão pequenina face... Ele não chora mais.
Pai... Uma lágrima muda escorre em suas faces porque não quer que aquele pedacinho que é seu jamais sofra.
Pai... Aquele pedacinho que é seu abre os olhinhos e pensa: - que lugar esquisito esse que vim parar.
Mas! Tudo bem: tenho meu papai para me proteger.
Dias vão, dias vêem... Pai... Um choro forte e com jeito de dor...
Pai... Corre, aconchega em seus braços fortes e destemidos seu pedacinho e afaga-lhe a pequena queda...
Pai...
Pai... Pá... Papá... Ele me chamou de papai!
Pai... Olha no espelho e vê que seus cabelos brancos denunciam, sem a menor preocupação, que seus deveres foram cumpridos.
Um ventre se avoluma. Dia a dia, ele mais se avoluma.
Pai... é um pedacinho do meu pedacinho que está ali dentro.
Um chorinho manso e ele abrem os olhinhos e pensa: - que lugar esquisito esse que vim parar. Mas! Tudo bem: tenho meu papai e ÕBA: tenho meu vovô para me proteger.
Pai... Vovô... Aconchega em seus braços fortes e destemidos, aquele pedacinho do seu pedacinho e uma lágrima muda escorre em suas faces.
Pai... Ficou muito velho... Muito chato... Está fora de moda...
Pai... Chora escondido, sofre calado a dores que lhe assolam o coração.
Pai... Ah!... Quem me dera poder tê-lo tido...
AUTORA DO TEXTO: ROSALI GAZOLLA
Snitram
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