quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PAI

PAI




Chora escondido, sofre calado as dores que lhe assolam o coração.

Um ventre se avoluma.

Dia a dia, ele mais s avoluma.

Pai... Um pedacinho de mim está ali dentro...

Está escuro lá fora... Pai... Anda de um lado para o outro... Olha infinitas vezes para o relógio... Deus acho que o tempo parou... Desce as escadas para fumar... Sobe as escadas... Anda para lá, anda para cá...

Lá... Lá............ No fundo do corredor ouve-se um chorinho doce e forte.

Pai... É o meu pedacinho que chegou ao mundo! Obrigado Deus!

Pai... Ele chora... Não sei o que quer... Então o aconchega no peito e acaricia-lhe a tão pequenina face... Ele não chora mais.

Pai... Uma lágrima muda escorre em suas faces porque não quer que aquele pedacinho que é seu jamais sofra.

Pai... Aquele pedacinho que é seu abre os olhinhos e pensa: - que lugar esquisito esse que vim parar.

Mas! Tudo bem: tenho meu papai para me proteger.

Dias vão, dias vêem... Pai... Um choro forte e com jeito de dor...

Pai... Corre, aconchega em seus braços fortes e destemidos seu pedacinho e afaga-lhe a pequena queda...

Pai...

Pai... Pá... Papá... Ele me chamou de papai!

Pai... Olha no espelho e vê que seus cabelos brancos denunciam, sem a menor preocupação, que seus deveres foram cumpridos.

Um ventre se avoluma. Dia a dia, ele mais se avoluma.

Pai... é um pedacinho do meu pedacinho que está ali dentro.

Um chorinho manso e ele abrem os olhinhos e pensa: - que lugar esquisito esse que vim parar. Mas! Tudo bem: tenho meu papai e ÕBA: tenho meu vovô para me proteger.

Pai... Vovô... Aconchega em seus braços fortes e destemidos, aquele pedacinho do seu pedacinho e uma lágrima muda escorre em suas faces.

Pai... Ficou muito velho... Muito chato... Está fora de moda...

Pai... Chora escondido, sofre calado a dores que lhe assolam o coração.

Pai... Ah!... Quem me dera poder tê-lo tido...

AUTORA DO TEXTO: ROSALI GAZOLLA
Snitram





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